Há mais de uma década a poça era enorme quase uma lagoa, água e lama se misturavam e assim ficou por anos. Aceitei a poça na ilusão de desbravar o paraíso.Na utopia que teria como combater a lama com o tempo.
No tempo o calçamento foi chegando no bairro. Ruas recém abertas foram calçadas, ainda esperava resignada junto a poça lamacenta e peçonhenta. Mais ruas sendo abertas e calçadas, menos a minha.
De vez em quando a chuva não era constante então a poça secava, o buraco continuava, o macho da poça, O POÇO ficava marcando seu espaço
Eu esperava transformações, obras, movimento, ação, limpeza, organização.A poça,o poço e eu na disputa.
Qual não foi a surpresa em véspera de eleições as pedras chegaram, aterros, obras em execução. Esperança!
Qual nada! A poça continua! Desviaram as obras., calçaram outras novas ruas, ao lado da minha. Alguém não recebeu votos,deixando pedras e a poça...
Eu e a poça, agora a poça virou duas, enormes sempre cheias de água e lama. As pedras lá ficaram jogadas nos cantos.O aterro nas ruas vizinhas, mal feito, faz com que as águas das chuvas escorram das ruas em direção a meu terreno. As águas da poça venceram, o Pântano do descaso, da sujeira, da lama invadem.Não existe espaço para a limpeza e sim para a podridão e o descaso.
...
Traduzindo
Não se desbrava infernos, somos sepultados pela sua lama!
Ana Maria C. Bruni
Itacaré - Bahia
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